Há um tempo do tempo
Que tenho para te dar
Há uma filhós que aloira
No seu suave fritar
Há uma réstia de esperança
Para uma vida de encantar
Há uma luz que nos prende
Para nesta época festejar
Há um amigo do peito
Que está connosco noutro lugar
Há a razão de um destino
Que procurámos alcançar
Há um sentido da vida
Que não queremos amordaçar
Há a fome que invade
E se tende a atiçar
Há um presente que espera
Pelo ávido desembrulhar
Há o sorriso da criança
Impossível de igualar
Há uma família compacta
Separada pelo processar
Há um abraço enorme
Que não conseguimos quantificar
Há uma estrela cadente
Que não pára de brilhar
Há um menino que nasce
Que veio ao mundo para nos salvar
Há tanta gente na Terra
Que não se consegue libertar
Há uma mente que pensa
A forma de elogiar
Há uma mão que cumprimenta
Não se querendo emocionar
Há um coração que saltita
Com a ânsia de poder amar
Há um amigo que espera
O momento de o abraçar
António MR Martins
2010.12.23 (Natal/2010)
Para todos os meus amigos
sábado, 25 de dezembro de 2010
sexta-feira, 17 de dezembro de 2010
CRIANÇA
Não semeou o trigo
A lágrima secou
Olhos acordados
A lágrima secou
Olhos acordados
[vidrados]
Ausência de vida
[Esperando]
Criança
Não te vás!
Manuela Fonseca
in livro "Poesia sem remetente", edições Temas Originais
Coesão
Dedicado a Marília Inácio
pelo seu aniversário – 2010.12.10
Na espera, o passar de um tempo,
esfumado entre quimeras e abraços;
vestígios ruins em contratempo
na fortaleza da amizade e seus passos.
Passaram muitos anos por nós,
num abraço que contempla o mundo;
de nós ergueu-se, sempre, a voz
num apelativo sentir profundo.
Abraçar-te, amiga, aqui e agora,
em tempos de frágil esperança,
neste viver sem ter o troco.
Fortalecida a amizade se demora,
como simples sorriso de criança
perdido neste mundo tão louco!...
António MR Martins
terça-feira, 30 de novembro de 2010
Lançamento do livro de poesia "Poesia sem remetente", de Manuela Fonseca - 11 de Dezembro de 2010
No próximo dia 11 de Dezembro, ocorrerá no Auditório do Campo Grande, 56, em Lisboa, o lançamento do livro de poesia "Poesia sem remetente", da autoria de Manuela da Fonseca, pelas 19H00.
Obra e autora serão apresentadas pelo poeta António MR Martins, ou seja eu mesmo.
Vai ser uma tarde de grande empatia com a palavra, a poesia e a amizade, até porque terá lugar às 16H00 o lançamento de um outro livro de poesia, sob a chancela da mesma editora, a Temas Originais, "Aprendiz de Poeta", de Emanuel Lomelino, com a apresentação do grande e multipremiado poeta Xavier Zarco.
São motivos mais que suficientes para que possam passar uma tarde diferente, mas de enorme qualidade em plena interacção com a boa poesia e com a palavra.
Se puderem, aparecem!
São todos bem vindos!
permanecer
agora possuo-te.
não me perguntes como
nem em que lugar de mim
amanhã
quando abrir a minha mão e a sentir
vazia
quando contemplar o meu coração
e o encontrar
só
olharei o mar
esperando ver-te na curva alongada
do horizonte.
Teresa Brinco Oliveira
não me perguntes como
nem em que lugar de mim
amanhã
quando abrir a minha mão e a sentir
vazia
quando contemplar o meu coração
e o encontrar
só
olharei o mar
esperando ver-te na curva alongada
do horizonte.
Teresa Brinco Oliveira
Sou não sendo aquilo que sou
Sou carinho despenteado,
rubor da tua pele,
áurea de felicidade
e carisma de idoneidade
em traço que não gele
um clamor descontrolado.
Sou beijo despoletado,
remetido à boca cheia,
em sentido figurado.
Preso à tua ameia…
o veneno que incendeia
o teu retrato idolatrado.
Sou o sentido que te alheia
e te cobre noutra remessa,
na boca que te nomeia
actriz da minha peça,
punhado de sensações
e partícula de multidões.
Sou o abraço que te afaga,
o sorriso que não contesta,
o ser que te não larga
e o sinal em tua testa.
Por vezes a trave mestra
e outras a matéria que resta.
Sou a envolvência do sentido,
actor em tua festa,
a fuga ao prurido
e o amor que te atesta,
o conto do fiel bandido
que amiúde se detesta.
Sou a vértebra do ciúme
em estrutura cambiante.
No inverno o teu lume
em prisma ofegante.
Também o teu queixume
num verão assaz brilhante.
Sou a réstia da bonança,
degustação do amor,
na paixão a aliança
e o clamor pleno da dor.
O olhar de uma criança
o nosso supremo valor.
Sou suspiro de uma maleita,
a coragem que de ti desperta,
pela nossa paragem estreita
nesta caminhada incerta.
O charme que se aceita
no dealbar da descoberta.
Sou o simples pressuposto,
miragem ou acalento,
de semblante bem disposto
e outras menos atento,
que não foge com o rosto
a simples descontentamento.
Sou o simples batimento
de um coração já cansado,
que omite o lamento
pelo qual é fustigado.
Que tem o maior provento
no sentir-se sempre amado.
Sou a mescla consentida
de uma qualquer existência,
por vezes muito apetecida
outras tida por paciência,
que de forma esbatida
define qualquer vivência.
Sou humana semelhança,
pretexto de decisão
em valiosa pujança,
ou simples contradição,
que na plena exactidão
acentua a sua esperança.
Sou raio de humildade,
fogosidade perdida,
rastreio da capacidade
que alimenta a nossa vida.
Um misto de verdade
numa mentira contida.
Sou homem e tu mulher,
conflito de gerações,
na razão que se tiver
sem desculpas e perdões.
A fraternidade que se quiser
em quaisquer ocasiões.
Sou horizonte profundo,
rio sem ter caudal.
Um habitante do mundo
no país de Portugal,
sujeito a moribundo
deste aperto universal.
António MR Martins
rubor da tua pele,
áurea de felicidade
e carisma de idoneidade
em traço que não gele
um clamor descontrolado.
Sou beijo despoletado,
remetido à boca cheia,
em sentido figurado.
Preso à tua ameia…
o veneno que incendeia
o teu retrato idolatrado.
Sou o sentido que te alheia
e te cobre noutra remessa,
na boca que te nomeia
actriz da minha peça,
punhado de sensações
e partícula de multidões.
Sou o abraço que te afaga,
o sorriso que não contesta,
o ser que te não larga
e o sinal em tua testa.
Por vezes a trave mestra
e outras a matéria que resta.
Sou a envolvência do sentido,
actor em tua festa,
a fuga ao prurido
e o amor que te atesta,
o conto do fiel bandido
que amiúde se detesta.
Sou a vértebra do ciúme
em estrutura cambiante.
No inverno o teu lume
em prisma ofegante.
Também o teu queixume
num verão assaz brilhante.
Sou a réstia da bonança,
degustação do amor,
na paixão a aliança
e o clamor pleno da dor.
O olhar de uma criança
o nosso supremo valor.
Sou suspiro de uma maleita,
a coragem que de ti desperta,
pela nossa paragem estreita
nesta caminhada incerta.
O charme que se aceita
no dealbar da descoberta.
Sou o simples pressuposto,
miragem ou acalento,
de semblante bem disposto
e outras menos atento,
que não foge com o rosto
a simples descontentamento.
Sou o simples batimento
de um coração já cansado,
que omite o lamento
pelo qual é fustigado.
Que tem o maior provento
no sentir-se sempre amado.
Sou a mescla consentida
de uma qualquer existência,
por vezes muito apetecida
outras tida por paciência,
que de forma esbatida
define qualquer vivência.
Sou humana semelhança,
pretexto de decisão
em valiosa pujança,
ou simples contradição,
que na plena exactidão
acentua a sua esperança.
Sou raio de humildade,
fogosidade perdida,
rastreio da capacidade
que alimenta a nossa vida.
Um misto de verdade
numa mentira contida.
Sou homem e tu mulher,
conflito de gerações,
na razão que se tiver
sem desculpas e perdões.
A fraternidade que se quiser
em quaisquer ocasiões.
Sou horizonte profundo,
rio sem ter caudal.
Um habitante do mundo
no país de Portugal,
sujeito a moribundo
deste aperto universal.
António MR Martins
segunda-feira, 22 de novembro de 2010
AS FONTES
Um dia quebrarei todas as pontes
Que ligam o meu ser, vivo e total,
À agitação do mundo do irreal,
E calma subirei até às fontes.
Irei até às fontes onde mora
A plenitude, o límpido esplendor
Que me foi prometido em cada hora,
E na face incompleta do amor.
Irei beber luz e o amanhecer,
Irei beber a voz dessa promessa
Que às vezes como um voo me atravessa,
E nela cumprirei todo o meu ser.
Sophia de Mello Breyner Andresen
in livro Obra Poética, Poesia, edição definitiva, da editora Caminho (página 54)
Que ligam o meu ser, vivo e total,
À agitação do mundo do irreal,
E calma subirei até às fontes.
Irei até às fontes onde mora
A plenitude, o límpido esplendor
Que me foi prometido em cada hora,
E na face incompleta do amor.
Irei beber luz e o amanhecer,
Irei beber a voz dessa promessa
Que às vezes como um voo me atravessa,
E nela cumprirei todo o meu ser.
Sophia de Mello Breyner Andresen
in livro Obra Poética, Poesia, edição definitiva, da editora Caminho (página 54)
Salgam os olhos do mundo
Salgam os olhos das crianças
No verter das lágrimas da fome
E no arremesso do seu desespero
Salgam os olhos de suas mães
Na pobreza que lhes deu nome
Perante o mundo cruel e austero
Salgam os olhos do suplício
Envolvidos pela dura tristeza
Que lhes enevoa o simples pranto
Salgam os olhos do sacrifício
Vilmente hostilizados pela avareza
Que se torna cancerosa como amianto
Salgam os olhos da igualdade
Pelas diferenças patentes ao mundo
Que os poderes jamais tentam igualar
Salgam os olhos da verdade
Por todo o pobre moribundo
Que a sociedade tenta condenar
Salgam os olhos dos pacientes
Desesperando pela cura
Que tanto tarda em lhes chegar
Salgam os olhos dos oprimidos
Pela liberdade que não dura
E faz seus movimentos condicionar
Nas crises das economias
Se fomentam as descrenças
Embelezando democracias
Que apoiam indiferenças
As leis criadas são lotarias
Pobreza e fome são doenças
António MR Martins
foto in RF Royalty Free, na net
No verter das lágrimas da fome
E no arremesso do seu desespero
Salgam os olhos de suas mães
Na pobreza que lhes deu nome
Perante o mundo cruel e austero
Salgam os olhos do suplício
Envolvidos pela dura tristeza
Que lhes enevoa o simples pranto
Salgam os olhos do sacrifício
Vilmente hostilizados pela avareza
Que se torna cancerosa como amianto
Salgam os olhos da igualdade
Pelas diferenças patentes ao mundo
Que os poderes jamais tentam igualar
Salgam os olhos da verdade
Por todo o pobre moribundo
Que a sociedade tenta condenar
Salgam os olhos dos pacientes
Desesperando pela cura
Que tanto tarda em lhes chegar
Salgam os olhos dos oprimidos
Pela liberdade que não dura
E faz seus movimentos condicionar
Nas crises das economias
Se fomentam as descrenças
Embelezando democracias
Que apoiam indiferenças
As leis criadas são lotarias
Pobreza e fome são doenças
António MR Martins
foto in RF Royalty Free, na net
terça-feira, 9 de novembro de 2010
Apresentação do livro "Jogos de Perfídia", de Maria de Fátima Gouveia, em Figueiró dos Vinhos - 29 de Novembro de 2010, 17 horas
O extraordinário romance "Jogos de Perfídia", de Maria de Fátima Gouveia, sob a chancela da Temas Originais, terá a sua apresentação em Figueiró dos Vinhos, no próximo dia 29 de Novembro, pelas 17 horas, na Biblioteca Municipal Simões de Almeida (Tio), pelo que aqui se solicita a presença de quem quiser usufruir de bons momentos com a palavra escrita. Esta obra é magnífica e capaz de trazer o leitor a uma ávida leitura, pelo interessante conteúdo da obra e da forma, exemplar, de como é escrita.
Um outro pormenor (mas de somenos importância), sou eu que vou apresentar este excelente livro.
Embora o dia, e a hora, não sejam os melhores para uma sessão desta qualidade, no que concerne à obra em questão, se puder apareça.
Será bem recebido.
Bem haja
A JAULA E AS FERAS
Centos de doidos vivem nesse hospício
(Quem no diria, olhando cá de fora...?!)
E o portão dança já no velho quício,
Dança, e faz entrar mais a toda a hora.
Trazem todos um sonho, um crime, um vício,
Foram imperadores longe, outrora,
E em seus rostos de espanto ou de flagício
Não sei que ausência atroz me comemora.
Faz medo e angústia olhá-los bem nos olhos;
E, lá por trás de grades e ferrolhos,
Estoiram de ansiedade desmedida.
- Meu corpo, ó meu hospício de alienados!
Abre-te aos meus desejos enjaulados,
Deixa-os despedaçar a minha vida!
José Régio
in livro "Cântico Negro" (Antologia Poética), Selecção e organização de Luís Adriano Carlos e valter hugo mãe e Estudos introdutórios de Luís Adriano Carlos, na página 42, 1ª. Edição, Setembro 2005, edições Quasi.
(Quem no diria, olhando cá de fora...?!)
E o portão dança já no velho quício,
Dança, e faz entrar mais a toda a hora.
Trazem todos um sonho, um crime, um vício,
Foram imperadores longe, outrora,
E em seus rostos de espanto ou de flagício
Não sei que ausência atroz me comemora.
Faz medo e angústia olhá-los bem nos olhos;
E, lá por trás de grades e ferrolhos,
Estoiram de ansiedade desmedida.
- Meu corpo, ó meu hospício de alienados!
Abre-te aos meus desejos enjaulados,
Deixa-os despedaçar a minha vida!
José Régio
in livro "Cântico Negro" (Antologia Poética), Selecção e organização de Luís Adriano Carlos e valter hugo mãe e Estudos introdutórios de Luís Adriano Carlos, na página 42, 1ª. Edição, Setembro 2005, edições Quasi.
Perturbações e envolvências
Me perturbam
Os desleixos
De um sentir descontrolado
Como simples desaforo
E algo inusitado
Me perturbam
As raízes
Das ervas assaz daninhas
Que ágeis se enroscam
Na mais pura das andorinhas
Me perturbam
Todos os seres
Deveras conflituosos
Que tendem a aniquilar
A fim de ficar famosos
Me perturbam
Os múltiplos lixos
De sentido desviado
Que se juntam a todo o coro
Mesmo sem ser ensaiado
Me perturbam
As meretrizes
Culto de muitas rainhas
Que omitindo não evocam
O fulgor de suas vinhas
Me perturbam
Os maus quereres
Mesmo que subtis e airosos
Que fazem inflamar
Vários factos e pressupostos
Resta então compensar
A luz dum grande valor
Na estrada que iluminar
E pelo sentido do amor
Num gesto o vou registar
Te entrego uma única flor
António MR Martins
imagem in http://outrapartedemim.blogs.sapo.pt/8843.htmil, na net
Os desleixos
De um sentir descontrolado
Como simples desaforo
E algo inusitado
Me perturbam
As raízes
Das ervas assaz daninhas
Que ágeis se enroscam
Na mais pura das andorinhas
Me perturbam
Todos os seres
Deveras conflituosos
Que tendem a aniquilar
A fim de ficar famosos
Me perturbam
Os múltiplos lixos
De sentido desviado
Que se juntam a todo o coro
Mesmo sem ser ensaiado
Me perturbam
As meretrizes
Culto de muitas rainhas
Que omitindo não evocam
O fulgor de suas vinhas
Me perturbam
Os maus quereres
Mesmo que subtis e airosos
Que fazem inflamar
Vários factos e pressupostos
Resta então compensar
A luz dum grande valor
Na estrada que iluminar
E pelo sentido do amor
Num gesto o vou registar
Te entrego uma única flor
António MR Martins
imagem in http://outrapartedemim.blogs.sapo.pt/8843.htmil, na net
sábado, 6 de novembro de 2010
ESSES AMORES....
Esta noite experimentei o sabor dum beijo, navegando no secreto desejo acorrentado,
ao medo de ficar presa ao passado.
Lembrar amores antigos desgovernados,
é como desfolhar rosas, matar sonhos...
Nosso espírito volteia no tempo e na ilusão,
transformando doces quimeras em paixão.
Um sentimento que corrói o nosso direito a voltar,
a sentir outra emoção igual. Porque a metamorfose
dessa doce mentira, numa excitante verdade…
Nos faz cativos dela para a eternidade.
Maria de Fátima Gouveia
ao medo de ficar presa ao passado.
Lembrar amores antigos desgovernados,
é como desfolhar rosas, matar sonhos...
Nosso espírito volteia no tempo e na ilusão,
transformando doces quimeras em paixão.
Um sentimento que corrói o nosso direito a voltar,
a sentir outra emoção igual. Porque a metamorfose
dessa doce mentira, numa excitante verdade…
Nos faz cativos dela para a eternidade.
Maria de Fátima Gouveia
Vestes outonais
São pétalas de secura
Levadas pelo vento
Em pesos de melancolia
São folhas ao abandono
Sem eira nem beira
Perdidas sem ter sono
São aves que partem
Para terras de origem
Na presença das nuvens
São tempos de loucura
Onde ventila o lamento
Em demorada ventania
São o aloirar do trono
Das folhas em madeira
Ao sair do mês nono
As ilusões se abatem
Na chegada da fuligem
No Outono dessas origens
Este frio nos carrega
Para a quietude do lar
Neste Outono que chega
Com lareiras a crepitar
A cama nos aconchega
No conforto do deitar
António MR Martins
imagem in http://orizamartins.com/ (Sinfonia de outono), na net
Levadas pelo vento
Em pesos de melancolia
São folhas ao abandono
Sem eira nem beira
Perdidas sem ter sono
São aves que partem
Para terras de origem
Na presença das nuvens
São tempos de loucura
Onde ventila o lamento
Em demorada ventania
São o aloirar do trono
Das folhas em madeira
Ao sair do mês nono
As ilusões se abatem
Na chegada da fuligem
No Outono dessas origens
Este frio nos carrega
Para a quietude do lar
Neste Outono que chega
Com lareiras a crepitar
A cama nos aconchega
No conforto do deitar
António MR Martins
imagem in http://orizamartins.com/ (Sinfonia de outono), na net
sexta-feira, 5 de novembro de 2010
UMA TARDE DE OUTONO
Uma tarde de Outuno,
um rio que descansa
nos braços abertos
da ria deitada em lençóis
brancos de sal e maresia.
Uma esplanada em abandono
e a amizade que acontece.
Um olhar, um sorriso,
confidências de fim de dia,
sentimentos que permanecem
na louca voragem
da ventania.
O Inverno que chega
cristaliza as águas da ria,
sentimentos que adormecem
nas noites longas
até ao raiar do dia.
Conceição Gonçalves
in livro "Longos são os Caminhos", página 51, III- a Viagem, edições Edium Editores
um rio que descansa
nos braços abertos
da ria deitada em lençóis
brancos de sal e maresia.
Uma esplanada em abandono
e a amizade que acontece.
Um olhar, um sorriso,
confidências de fim de dia,
sentimentos que permanecem
na louca voragem
da ventania.
O Inverno que chega
cristaliza as águas da ria,
sentimentos que adormecem
nas noites longas
até ao raiar do dia.
Conceição Gonçalves
in livro "Longos são os Caminhos", página 51, III- a Viagem, edições Edium Editores
Carícias de amantes
Na maciez de sua pele
encontra o antídoto;
à rasteira que repele,
e jamais lhe sai do goto.
Um toque de subtileza
se espraia sem rigor…
desfrutando da beleza
num jeito bem sedutor.
São toques de ansiedade
em gestos bem carinhosos,
a par disso, tão excitantes.
Plenos de cumplicidade,
os afagos calorosos,
dos eternos amantes!...
António MR Martins
imagem in http://uketag795.blogspot.com/ (Amar sem restrições), na net
encontra o antídoto;
à rasteira que repele,
e jamais lhe sai do goto.
Um toque de subtileza
se espraia sem rigor…
desfrutando da beleza
num jeito bem sedutor.
São toques de ansiedade
em gestos bem carinhosos,
a par disso, tão excitantes.
Plenos de cumplicidade,
os afagos calorosos,
dos eternos amantes!...
António MR Martins
imagem in http://uketag795.blogspot.com/ (Amar sem restrições), na net
Sortilégio...
Sortilégio do Ser
este simples Acontecer
Magia de Alquimista
que transmuta em Amor
o sofrer...
Da lágrima
se faz diamante
bálsamo penetrante
Do gesto
orvalho do Bem Querer
Do pensamento
palavra inebriante
que acalenta a alma
se faz Profecia
em cada nova poesia
no Ser que é gente
Anjo de Amor a acontecer...
Ana Fonseca Sousa
este simples Acontecer
Magia de Alquimista
que transmuta em Amor
o sofrer...
Da lágrima
se faz diamante
bálsamo penetrante
Do gesto
orvalho do Bem Querer
Do pensamento
palavra inebriante
que acalenta a alma
se faz Profecia
em cada nova poesia
no Ser que é gente
Anjo de Amor a acontecer...
Ana Fonseca Sousa
Paixões, afectos de todos os tempos
Num porto que foi de abrigo
E suporte de calmarias
Se interiorizaram afectos
Foram recordadas situações
De euforias de outrora
Que perduram nas memórias
Naquele local por castigo
Se expuseram sabedorias
Exteriorizando seus aspectos
Num restauro de condições
Neste presente que se demora
Nas presumíveis dedicatórias
Quando as águas são passadas
Os moinhos já não movem
Mas as paixões recordadas
São passos de quem é jovem
Muitas delas idolatradas
Por todos os que as provem
Num porto de quem abdica
As consequências da vida
Pelas mais diversas razões
Onde a imagem já perdida
Em conceito inexistente
Desses tempos sem fulgor
Nesse abrigo ninguém fica
Suspenso pela despedida
Sem tecer as conclusões
No ofuscar da coisa querida
Que conquistou toda a gente
Na paixão em que se é actor
António MR Martins
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E suporte de calmarias
Se interiorizaram afectos
Foram recordadas situações
De euforias de outrora
Que perduram nas memórias
Naquele local por castigo
Se expuseram sabedorias
Exteriorizando seus aspectos
Num restauro de condições
Neste presente que se demora
Nas presumíveis dedicatórias
Quando as águas são passadas
Os moinhos já não movem
Mas as paixões recordadas
São passos de quem é jovem
Muitas delas idolatradas
Por todos os que as provem
Num porto de quem abdica
As consequências da vida
Pelas mais diversas razões
Onde a imagem já perdida
Em conceito inexistente
Desses tempos sem fulgor
Nesse abrigo ninguém fica
Suspenso pela despedida
Sem tecer as conclusões
No ofuscar da coisa querida
Que conquistou toda a gente
Na paixão em que se é actor
António MR Martins
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quarta-feira, 3 de novembro de 2010
no teu verso
vi o teu verso solitário frente ao mar
altivas ondas cobriam a costa
e o horizonte do seu olhar
estava aquém da subtil linha
onde se constroem sonhos.
vi o teu verso obscurecido
olhar o mar em rebentações fortes
e as nesgas de areia cansadas
suportando resignadas
os salpicos de espuma branca.
vi o teu verso afastado de ti
a olhar de longe a neblina
que sem pudor enroupava o molhe.
e as gaivotas planavam...
tão poucas...
tão vadias!
no reverso do teu verso
despontava um sol
com odores de madrugadas
e um sorriso num olhar de inquietação
por manhãs claras.
e as gaivotas planavam...
e eram tantas...
tão vadias!
Teresa Brinco Oliveira
altivas ondas cobriam a costa
e o horizonte do seu olhar
estava aquém da subtil linha
onde se constroem sonhos.
vi o teu verso obscurecido
olhar o mar em rebentações fortes
e as nesgas de areia cansadas
suportando resignadas
os salpicos de espuma branca.
vi o teu verso afastado de ti
a olhar de longe a neblina
que sem pudor enroupava o molhe.
e as gaivotas planavam...
tão poucas...
tão vadias!
no reverso do teu verso
despontava um sol
com odores de madrugadas
e um sorriso num olhar de inquietação
por manhãs claras.
e as gaivotas planavam...
e eram tantas...
tão vadias!
Teresa Brinco Oliveira
Infinitos pensamentos
Passam pensamentos nas mentes
Que ninguém ousa inventar
Em algumas um tanto dolentes
Noutras ágeis de precipitar
Pensamentos bem maldosos
Resquícios de ódios e vinganças
Outros benfazejos e bondosos
Fortalecedores de uniões e alianças
A fertilidade da mente humana
É infinita no seu congeminar
Seja de índole bem urbana
Ou de ruralidade o seu pensar
Também as há bem doentes
Com múltiplas coisas para ultimar
Passam pensamentos nas mentes
Que ninguém consegue revelar
António MR Martins
Imagem in Brand X Fotografia - RF Royalty Free (pensando, orangotango), na net
Que ninguém ousa inventar
Em algumas um tanto dolentes
Noutras ágeis de precipitar
Pensamentos bem maldosos
Resquícios de ódios e vinganças
Outros benfazejos e bondosos
Fortalecedores de uniões e alianças
A fertilidade da mente humana
É infinita no seu congeminar
Seja de índole bem urbana
Ou de ruralidade o seu pensar
Também as há bem doentes
Com múltiplas coisas para ultimar
Passam pensamentos nas mentes
Que ninguém consegue revelar
António MR Martins
Imagem in Brand X Fotografia - RF Royalty Free (pensando, orangotango), na net
segunda-feira, 1 de novembro de 2010
Prisão eterna
Olho-me no espelho sem me reconhecer
nada do que vejo é reflexo do meu ser
quão embaciada pode uma imagem ficar
não vislumbro o que tanto me atormenta
mas é desta dor que meu corpo se alimenta
do que me consome não me consigo libertar
Caminho pelas ruas desertas deste mundo
palmilho um destino com desgosto profundo
e não há fuga possível desta minha prisão
sou castigado pela minha atitude cobarde
por ter falado de sentimento muito tarde
e na hora devida, ter calado uma paixão
Sofro por um destino cruel, auto-infligido
por uma torpe e vil timidez fui acometido
assim perdi a oportunidade de ser amado
pelos dedos deixei fugir a minha felicidade
mesmo não mentindo, ocultei toda a verdade
e para sempre ficarei preso ao meu passado
Emanuel Lomelino
nada do que vejo é reflexo do meu ser
quão embaciada pode uma imagem ficar
não vislumbro o que tanto me atormenta
mas é desta dor que meu corpo se alimenta
do que me consome não me consigo libertar
Caminho pelas ruas desertas deste mundo
palmilho um destino com desgosto profundo
e não há fuga possível desta minha prisão
sou castigado pela minha atitude cobarde
por ter falado de sentimento muito tarde
e na hora devida, ter calado uma paixão
Sofro por um destino cruel, auto-infligido
por uma torpe e vil timidez fui acometido
assim perdi a oportunidade de ser amado
pelos dedos deixei fugir a minha felicidade
mesmo não mentindo, ocultei toda a verdade
e para sempre ficarei preso ao meu passado
Emanuel Lomelino
Suspiros de amor
Cai-te um suspiro da alma
Pelo qual não me desapego
Suspiro que te traz calma
Em ritmo que não sonego
Cai-te a réplica do mesmo
Num sentir mais profundo
Salpicos proferidos a esmo
Sustentáculo do nosso mundo
Cai-te uma lágrima sentida
Em sentires que são intensos
Pela simples felicidade vertida
E dos suspiros a ela propensos
Cai-te um sorriso maroto
E um gesto assaz traquina
Como saída de totoloto
Na tabacaria de qualquer esquina
Cai-te a rubor da face
Como um intenso clamor
Não há suspiro que disfarce
O puro sentido do amor
António MR Martins
Imagem in http://manoelvirgilio.spaces.live.com/ (na net)
Pelo qual não me desapego
Suspiro que te traz calma
Em ritmo que não sonego
Cai-te a réplica do mesmo
Num sentir mais profundo
Salpicos proferidos a esmo
Sustentáculo do nosso mundo
Cai-te uma lágrima sentida
Em sentires que são intensos
Pela simples felicidade vertida
E dos suspiros a ela propensos
Cai-te um sorriso maroto
E um gesto assaz traquina
Como saída de totoloto
Na tabacaria de qualquer esquina
Cai-te a rubor da face
Como um intenso clamor
Não há suspiro que disfarce
O puro sentido do amor
António MR Martins
Imagem in http://manoelvirgilio.spaces.live.com/ (na net)
domingo, 31 de outubro de 2010
Chovem teus olhos fechados
Hoje subi aos céus,
águia de asas empenadas
pelo tempo da espera.
Hoje, porque chovia
a tua imagem no meu peito.
Cruzei-me com os ventos
que traziam os nossos momentos,
nos braços,
crianças órfãs
de duas aves que não têm chão
onde poisar.
Cruzei-me com os desejos
que ficaram no ar enquanto te lia.
Cruzei-me com o calor,
que recordava, do teu corpo enquanto poesia.
Hoje subi aos céus
de peito aberto para amar,
numa esperança, um tanto louca…
….de te encontrar.
Chove a chuva, chove o desejo, chove o tempo…
... chovem teus olhos fechados, no meu pensamento.
Vanda Paz
Palavra perdida
“Plágio ou morro agora”
Morro agora
Com a palavra que não foi escrita
Morro do nada
De uma morte não anunciada
Mas avisada
Morro temente
Pela palavra que não foi dita
Morro de morte abismada
Por ser prenunciada
Sem ter sido editada
Morro da morte que demora
Tal como a palavra se aflora
Mas não morro
De morte morrida
Não morro de efémera ferida
Morro da vida
Pela palavra que não foi definida
No mesmo sítio
Onde a palavra se encontra perdida
António MR Martins
Dedicado ao escritor e poeta amigo José Ilídio Torres, que morre inúmeras vezes pelo renascer da palavra
------------
imagem in http://coisasque-euvi.blogspot.com/ (na net)
Morro agora
Com a palavra que não foi escrita
Morro do nada
De uma morte não anunciada
Mas avisada
Morro temente
Pela palavra que não foi dita
Morro de morte abismada
Por ser prenunciada
Sem ter sido editada
Morro da morte que demora
Tal como a palavra se aflora
Mas não morro
De morte morrida
Não morro de efémera ferida
Morro da vida
Pela palavra que não foi definida
No mesmo sítio
Onde a palavra se encontra perdida
António MR Martins
Dedicado ao escritor e poeta amigo José Ilídio Torres, que morre inúmeras vezes pelo renascer da palavra
------------
imagem in http://coisasque-euvi.blogspot.com/ (na net)
sábado, 30 de outubro de 2010
Roubaram a palavra pela calada
Roubaram a palavra pela calada
Meteram-na num saco de juta
Venderam-na quase d'enfiada
A um qualquer filho da puta
Vestiam-se de pantomineiros
Havia gente da política disfarçada
Todos queriam trinta dinheiros
Pela liberdade que nos foi roubada
Os dias ficaram sem ela banais
Não podiam agora ser escritos
Os começos órfãos dos finais
Que por não poderem ser ditos
E lhes sobrarem dias iguais
Andavam os deuses quase aflitos
José Ilídio Torres
in livro " Os poemas não se servem frios" (página 6), edições Temas Originais
Meteram-na num saco de juta
Venderam-na quase d'enfiada
A um qualquer filho da puta
Vestiam-se de pantomineiros
Havia gente da política disfarçada
Todos queriam trinta dinheiros
Pela liberdade que nos foi roubada
Os dias ficaram sem ela banais
Não podiam agora ser escritos
Os começos órfãos dos finais
Que por não poderem ser ditos
E lhes sobrarem dias iguais
Andavam os deuses quase aflitos
José Ilídio Torres
in livro " Os poemas não se servem frios" (página 6), edições Temas Originais
Urge suprir dificuldades
Nessa esperança mungida
à luz vindoura, germinada,
onde desponta uma saída
para o reencontro da estrada.
Alimento de qualquer ego,
ansioso por boas novas…
a esse sortilégio me apego,
cantando as minhas trovas.
Regurgitar as incoerências
não nos leva a ponto algum.
Onde caminham as essências?
Reneguem-se as prepotências,
um por todos e todos por um,
definam assim as competências!...
António MR Martins
imagem in Fotosearch Banco de imagens - RF Royalty Free (na net)
à luz vindoura, germinada,
onde desponta uma saída
para o reencontro da estrada.
Alimento de qualquer ego,
ansioso por boas novas…
a esse sortilégio me apego,
cantando as minhas trovas.
Regurgitar as incoerências
não nos leva a ponto algum.
Onde caminham as essências?
Reneguem-se as prepotências,
um por todos e todos por um,
definam assim as competências!...
António MR Martins
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sexta-feira, 29 de outubro de 2010
os cascos da D. Certinha
é fácil ver isto, ela tem cascos em vez de mãos e pés,
é fácil ver isto, os passos dela são certos na calçada,
é fácil, ter que a ver, lá isso é.
mais fácil ainda é comer da sua carne, é barata e acessível - no meu talho as costeletas estão com promoção.
todos dizem: que emoção! eu quero o seu coração!
Eu a sua mão!
Santos Almeida
A fuga do único prazer
Entoaram melodias
Em vozes de desencanto
Recorreram a feitiçarias
Para desanuviar o seu pranto
Foram trazidas à tona
As imagens já esquecidas
E o ser que já ressona
Vê-as às escondidas
É tempo de restaurar
Os campos do seu bem-estar
Pela chuva que neles cai
O seu sonho assim se esvai
Acordado do desalento
Busca então outro lugar
Na razão daquele momento
Onde se sente alagar
Já todas as melodias
Decidiram abalar
Ficou uma única música
Que não nos consegue alegrar
António MR Martins
Imagem in http://www.baixaki.com.br/ - Um dia de chuva em Paris.
Em vozes de desencanto
Recorreram a feitiçarias
Para desanuviar o seu pranto
Foram trazidas à tona
As imagens já esquecidas
E o ser que já ressona
Vê-as às escondidas
É tempo de restaurar
Os campos do seu bem-estar
Pela chuva que neles cai
O seu sonho assim se esvai
Acordado do desalento
Busca então outro lugar
Na razão daquele momento
Onde se sente alagar
Já todas as melodias
Decidiram abalar
Ficou uma única música
Que não nos consegue alegrar
António MR Martins
Imagem in http://www.baixaki.com.br/ - Um dia de chuva em Paris.
quinta-feira, 28 de outubro de 2010
Um Sol de Meias-Luas
Na selva densa da minha solidão
Vejo-me nua, sem eira nem beira
Sou ilha deserta, mas mulher inteira
Submersa nas águas da desilusão
Soletro nomes que me vêm à mente
Na busca constante da identidade
Contra a amnésia procuro a verdade
Esqueci o passado vivo no presente
Vagueio sem memórias até me encontrar
Que espécie serei, mulher sem idade?
Ou poeta que vive sempre a sonhar?
Visto de alvoradas e versos de amor
Em mim um sol de meias-luas
Quem sabe o meu nome não é Leonor?
Fernanda Esteves
in livro "4 Folhas de 1 mesmo Trevo", edições Temas Originais
Vejo-me nua, sem eira nem beira
Sou ilha deserta, mas mulher inteira
Submersa nas águas da desilusão
Soletro nomes que me vêm à mente
Na busca constante da identidade
Contra a amnésia procuro a verdade
Esqueci o passado vivo no presente
Vagueio sem memórias até me encontrar
Que espécie serei, mulher sem idade?
Ou poeta que vive sempre a sonhar?
Visto de alvoradas e versos de amor
Em mim um sol de meias-luas
Quem sabe o meu nome não é Leonor?
Fernanda Esteves
in livro "4 Folhas de 1 mesmo Trevo", edições Temas Originais
Nota: Este é um romance que retrata factos de vidas, talvez fictícios, talvez não. Todavia há uma Leonor no seu conteúdo. Quem será ela? Há também poesia nesta obra, plena se sentires e sentimentos. Este é um livro que recomendo à leitura.
Quem se lixa é o mexilhão
Se amedrontam os incapazes
Pelas capazes formas
Se não toleram os eficazes
Pelas ineficazes normas
Se remendam os conceitos
Mesmo cheios de defeitos
Se imitam todos os jeitos
Como se fossem perfeitos
Se ultrajam os valores
Sem quaisquer pudores
Se rasgam cobertores
Esquecendo os seus amores
Se omitem as verdades
Em todas as realidades
Se enfurecem os doutores
Que depois levam louvores
Se esganam os perdidos
Por terem sido substituídos
Se esmeram os infractores
Por não se sentirem devedores
Os outros
Pagam tudo
Para não terem dissabores
António MR Martins
imagem in SoFood, RF Royalty Free, na net
Pelas capazes formas
Se não toleram os eficazes
Pelas ineficazes normas
Se remendam os conceitos
Mesmo cheios de defeitos
Se imitam todos os jeitos
Como se fossem perfeitos
Se ultrajam os valores
Sem quaisquer pudores
Se rasgam cobertores
Esquecendo os seus amores
Se omitem as verdades
Em todas as realidades
Se enfurecem os doutores
Que depois levam louvores
Se esganam os perdidos
Por terem sido substituídos
Se esmeram os infractores
Por não se sentirem devedores
Os outros
Pagam tudo
Para não terem dissabores
António MR Martins
imagem in SoFood, RF Royalty Free, na net
quarta-feira, 27 de outubro de 2010
Tu, não és ela mãe
…E depois, mãe, fui descobrindo
Que já não eras tu que eu sabia
Nem eras ela
Aquela que nunca amei
Perdi-me...
Reli as tuas cartas, mãe
Como um manual feito em liberdade
Num quarto esculpido
De sombras obrigatórias
Despido de luares
Não és tu, mãe, eu sei...
Mas os teus queixumes
Os teus receios
As tuas lágrimas
Que me caíam no rosto
Cercadas de prenúncios
Com quem ainda me cruzo
Afrontam-me a tua memória
Tu não és ela, mãe...
Vou deixar o sossego do tempo
Secar as lágrimas que ainda alimento
Manuela Fonseca
Que já não eras tu que eu sabia
Nem eras ela
Aquela que nunca amei
Perdi-me...
Reli as tuas cartas, mãe
Como um manual feito em liberdade
Num quarto esculpido
De sombras obrigatórias
Despido de luares
Não és tu, mãe, eu sei...
Mas os teus queixumes
Os teus receios
As tuas lágrimas
Que me caíam no rosto
Cercadas de prenúncios
Com quem ainda me cruzo
Afrontam-me a tua memória
Tu não és ela, mãe...
Vou deixar o sossego do tempo
Secar as lágrimas que ainda alimento
Manuela Fonseca
Meu poema, publicado na edição do jornal "Hoje Macau", de 27 de Outubro de 2010
Na edição nº. 2238 do jornal "Hoje Macau", na rubrica Raio [X] (na habitual página 13), foi publicado o meu terceiro poema neste diário macaense, em língua portuguesa.
sexta-feira, 22 de outubro de 2010
ODE
Escrevem os pés
quando andam
pelo asfalto
árvores escondidas
entre o betão choram
lágrimas festivas
silêncio não existente
é atingido
por uma flecha
cristalizada
a vida encontra
por
alguns minutos
a resposta para
a avisada morte
e
os pés sorriem
por terem encontrado
outra finalidade
Maria do Rosário Loures
in livro "Atlantikblau und Olivengrün" (Do Atlântico Azul ao Verde das Oliveiras), edição bilingue, com a chancela Edium Editores
quando andam
pelo asfalto
árvores escondidas
entre o betão choram
lágrimas festivas
silêncio não existente
é atingido
por uma flecha
cristalizada
a vida encontra
por
alguns minutos
a resposta para
a avisada morte
e
os pés sorriem
por terem encontrado
outra finalidade
Maria do Rosário Loures
in livro "Atlantikblau und Olivengrün" (Do Atlântico Azul ao Verde das Oliveiras), edição bilingue, com a chancela Edium Editores
quarta-feira, 20 de outubro de 2010
Mais um meu poema publicado no jornal macaense "Hoje Macau"
Mais um poema meu foi publicado no jornal macaense "Hoje Macau", na sua rubrica Raio [X], na habitual página 13. Foi na edição nº. 2231, de 18 de Outubro de 2010.
Mais um grato momento.
sexta-feira, 15 de outubro de 2010
A razão do tempo...
O tempo!!! O que é o tempo?
Será que é eternidade,
ou apenas um momento
pequeno sem ter idade...
O tempo é como o vento,
passa em sua velocidade...
Para quem não estiver atento,
se perde na imensidade...
São momentos sucessivos,
de modéstia ou de vaidade,
de dor ou de felicidade...
Sentimentos permissivos,
que em sua sucessão
fazem do tempo a razão...
António Boavida Pinheiro
in livro "Poemas ao correr da pena...", edições Temas Originais
Será que é eternidade,
ou apenas um momento
pequeno sem ter idade...
O tempo é como o vento,
passa em sua velocidade...
Para quem não estiver atento,
se perde na imensidade...
São momentos sucessivos,
de modéstia ou de vaidade,
de dor ou de felicidade...
Sentimentos permissivos,
que em sua sucessão
fazem do tempo a razão...
António Boavida Pinheiro
in livro "Poemas ao correr da pena...", edições Temas Originais
beirais
o grão
que a asa
culmina
se vislumbra
na ave
cantada pelo bico
a melodia
temperadora
um cismar
esvoaçante
que nesse voar
se grave
num voo
sem adoçante
António MR Martins
imagem in http://www.barrento.com/ (Andorinha-dos-beirais), na net
que a asa
culmina
se vislumbra
na ave
cantada pelo bico
a melodia
temperadora
um cismar
esvoaçante
que nesse voar
se grave
num voo
sem adoçante
António MR Martins
imagem in http://www.barrento.com/ (Andorinha-dos-beirais), na net
quinta-feira, 14 de outubro de 2010
Heth
Jerusalém despida,
a prostituta que serve e suspira,
é desprezada pelos que a honraram
com as mãos lúbricas
e públicas carícias.
Abre as coxas cidade instável!
Que o aloendro arome e o mel escorra
em todos os que te tocam.
Jacob Kruz
in livro "Breviário Lamentoso", edições Temas Originais
a prostituta que serve e suspira,
é desprezada pelos que a honraram
com as mãos lúbricas
e públicas carícias.
Abre as coxas cidade instável!
Que o aloendro arome e o mel escorra
em todos os que te tocam.
Jacob Kruz
in livro "Breviário Lamentoso", edições Temas Originais
helicópteros
pela hélice
do helicóptero
se desvanece o perdido
voam os desperdícios
pela aterragem soberba
as aves
se afastam
num assustado voo
todo
o resto fica
em permanência
ao levantar voo
sucede o inverso
mas nada fica
como antes
António MR Martins
imagem in http://galeria.wintech.com.pt/ (na net)
do helicóptero
se desvanece o perdido
voam os desperdícios
pela aterragem soberba
as aves
se afastam
num assustado voo
todo
o resto fica
em permanência
ao levantar voo
sucede o inverso
mas nada fica
como antes
António MR Martins
imagem in http://galeria.wintech.com.pt/ (na net)
Flores do Silêncio
Diante de tantos silêncios
Brotou no meio do meu peito
Um pé fresco de saudades
Semeado de um verso mudo
Que sem querer você plantou...
Na ausência de poemas
Aproveitei as lágrimas
Com elas molhei a argila
Fiz uma coroa marrom
Para as flores das saudades.
Betha M. Costa
Brotou no meio do meu peito
Um pé fresco de saudades
Semeado de um verso mudo
Que sem querer você plantou...
Na ausência de poemas
Aproveitei as lágrimas
Com elas molhei a argila
Fiz uma coroa marrom
Para as flores das saudades.
Betha M. Costa
Inalcançável espera
Há um pedaço de mim,
perdido na amargura do quotidiano.
Um estado de não sentir…
os traumas que me invadem o ânimo.
Há a razão que não se entende
neste intrépido reboliço do meditar.
Um raiar diferente, do comum,
neste desconsolo tornado tão presente.
Há um ponto de luz…
do qual não encontro o paradeiro.
Um passo jamais dado,
na paragem de todos os sentidos.
Há a esperança!… A esperança?…
mas essa há sempre…
na existência de cada ser humano.
Só que,
muitas vezes,
não se consegue alcançar!...
António MR Martins
imagem in WestEnd61, RF Royalty Free, na net
perdido na amargura do quotidiano.
Um estado de não sentir…
os traumas que me invadem o ânimo.
Há a razão que não se entende
neste intrépido reboliço do meditar.
Um raiar diferente, do comum,
neste desconsolo tornado tão presente.
Há um ponto de luz…
do qual não encontro o paradeiro.
Um passo jamais dado,
na paragem de todos os sentidos.
Há a esperança!… A esperança?…
mas essa há sempre…
na existência de cada ser humano.
Só que,
muitas vezes,
não se consegue alcançar!...
António MR Martins
imagem in WestEnd61, RF Royalty Free, na net
segunda-feira, 11 de outubro de 2010
FRAGMENTOS DE MIM - A MENDIGA
A MENDIGA
Me entristeceu,
Aquela linda rapariga
Que hoje vi, feita mendiga
Pedindo esmola em plena rua.
Tão jovem, talvez pura...
Teve sonhos, certamente
E agora sua vida é tão nua!
O que aconteceu à sorte sua
Que à lama foi arremessada,
E sem saber, tão malfadada ?
A sua luz agora é um deserto,
A cama, o canto escuro que estiver mais perto,
O único calor que recebe, é o da lua...
Na vida não terá nada mais certo,
Senão a negra sina,
Cuja dôr não se atenua !
Lita Lisboa
Me entristeceu,
Aquela linda rapariga
Que hoje vi, feita mendiga
Pedindo esmola em plena rua.
Tão jovem, talvez pura...
Teve sonhos, certamente
E agora sua vida é tão nua!
O que aconteceu à sorte sua
Que à lama foi arremessada,
E sem saber, tão malfadada ?
A sua luz agora é um deserto,
A cama, o canto escuro que estiver mais perto,
O único calor que recebe, é o da lua...
Na vida não terá nada mais certo,
Senão a negra sina,
Cuja dôr não se atenua !
Lita Lisboa
domingo, 10 de outubro de 2010
Um meu poema publicado no jornal macaense (emitido em língua portuguesa) "Hoje Macau"
Este poema foi publicado no jornal diário "Hoje Macau", oriundo do território de Macau (China), na sua edição de 6 de de Outubro de 2010, nº. 2223, na sua rubrica Raio [X], página 13.
Enviei três dos meus poemas, por mail, ao jornal com esse propósito e responderam-me, pela mesma via (na véspera), que este iria ser publicado e os restantes ficavam agendados, para o mesmo efeito.
Foi um prazer enorme, até porque este jornal é onde o meu filho, Gonçalo Lobo Pinheiro, está a trabalhar e ele não tinha conhecimento desta minha acção. Só depois da informação do redactor em questão, lhe dei a informação. Facto que ele muito gostou.
Resta indicar que houve um pequeno lapso na transcrição do título (nome) do poema, que é "Viver a vida morrendo de amor", mas não faz mal. Foi um bom momento no meio das tristezas que amiúde vão surgindo.
Quer se queira, ou não, é uma internacionalização.
Fica aqui o respectivo registo.
sábado, 9 de outubro de 2010
Canto
Canto o amor com sílabas de sol.
Deixo que o som das palavras de misture com as notas da pauta da vida e canto em conjunto com as estrelas.
Canto o brilho da saudade que ignora a razão mas aperta o meu coração e deixa livre a minha dor de te ver partir.
Deixo que os teus braços permaneçam presos á minha ilusão e canto o nosso amor para não te ver fugir.
Não amor não fujas, porque eu canto o teu rosto que sinto suave colado ao meu porque eu deixo pintar o segredo que a nossa Lua escondeu.
Canto ao Mundo este amor profundo,
Canto em silêncio este amor ao Mundo.
Deixo os teus olhos serem testemunhas da minha boca, Deixo o teu respirar ser o meu arfar. Por isso te canto, por ti suspiro, por isso te quero, por ti eu sinto, por isso te escrevo, porque te pinto, por isso aprendo, para isso sofro, por isso choro porque te observo, por isso te adoro, por isso fecho os olhos e me deixo ser só para ti.
Canto de ti para ti e sobre ti.
Canto para te fazer feliz, canto para te despertar, para te acordar, para te amar porque me fazes sonhar, canto só para te dizer que me fazes feliz.
Ana Lopes
ESTA É A MINHA 400ª. POSTAGEM NESTE BLOGUE "POESIA-AVULSA".
Deixo que o som das palavras de misture com as notas da pauta da vida e canto em conjunto com as estrelas.
Canto o brilho da saudade que ignora a razão mas aperta o meu coração e deixa livre a minha dor de te ver partir.
Deixo que os teus braços permaneçam presos á minha ilusão e canto o nosso amor para não te ver fugir.
Não amor não fujas, porque eu canto o teu rosto que sinto suave colado ao meu porque eu deixo pintar o segredo que a nossa Lua escondeu.
Canto ao Mundo este amor profundo,
Canto em silêncio este amor ao Mundo.
Deixo os teus olhos serem testemunhas da minha boca, Deixo o teu respirar ser o meu arfar. Por isso te canto, por ti suspiro, por isso te quero, por ti eu sinto, por isso te escrevo, porque te pinto, por isso aprendo, para isso sofro, por isso choro porque te observo, por isso te adoro, por isso fecho os olhos e me deixo ser só para ti.
Canto de ti para ti e sobre ti.
Canto para te fazer feliz, canto para te despertar, para te acordar, para te amar porque me fazes sonhar, canto só para te dizer que me fazes feliz.
Ana Lopes
ESTA É A MINHA 400ª. POSTAGEM NESTE BLOGUE "POESIA-AVULSA".
Dancing in the rain (Dançando à chuva)
No apelo ao movimento,
compassado com a música,
no vigor de qualquer dança.
Ou no harmonioso portento,
de tornar coisa pública
o modelar duma faiança.
Ou em gestos sensuais
coreografados a preceito,
a par da melodia escolhida.
Pelos ritmos sempre iguais,
no mais valioso jeito
de uma salsa destemida.
Na nobreza do árduo tango,
numa perícia de contornos,
e na troca de subtis olhares.
Em contraste ao luso fandango
ou à valsa de belos adornos
para diferentes festejares.
Temos o samba tão tropical
ou uma qualquer bossa nova,
dançadas ao trincar duma uva.
Melodias sem ter rival,
mesmo em canto de uma trova
ou de “slow” dançado à chuva.
Sãos os corpos em ebulição,
em concursos bem diversos
pelos quais nunca competi.
Sempre ao rubro a sensação,
no ritmo destes meus versos
ou no dançar de Gene Kelly.
Chove agora neste local,
ao compasso da natureza,
e ninguém à chuva dança.
Neste imenso Portugal…
resta-nos uma única certeza:
- Esta andança já nos cansa!...
António MR Martins
compassado com a música,
no vigor de qualquer dança.
Ou no harmonioso portento,
de tornar coisa pública
o modelar duma faiança.
Ou em gestos sensuais
coreografados a preceito,
a par da melodia escolhida.
Pelos ritmos sempre iguais,
no mais valioso jeito
de uma salsa destemida.
Na nobreza do árduo tango,
numa perícia de contornos,
e na troca de subtis olhares.
Em contraste ao luso fandango
ou à valsa de belos adornos
para diferentes festejares.
Temos o samba tão tropical
ou uma qualquer bossa nova,
dançadas ao trincar duma uva.
Melodias sem ter rival,
mesmo em canto de uma trova
ou de “slow” dançado à chuva.
Sãos os corpos em ebulição,
em concursos bem diversos
pelos quais nunca competi.
Sempre ao rubro a sensação,
no ritmo destes meus versos
ou no dançar de Gene Kelly.
Chove agora neste local,
ao compasso da natureza,
e ninguém à chuva dança.
Neste imenso Portugal…
resta-nos uma única certeza:
- Esta andança já nos cansa!...
António MR Martins
"Dança da Chuva", foto de Italo Setti, da Galeria Pública "Gentes e Locais", in http://olhares.aeiou.pt/danca_da_chuva_foto636152.html (na net)
quinta-feira, 7 de outubro de 2010
No teu olhar
No teu olhar descubro-me
E desnudo-me mais
A cada novo dia,
Como se nascesse de novo
E me guiasse apenas
Pela suavidade dos gestos
Que colocas em cada carícia.
Deixo-me ir,
Abraçando apenas o futuro,
E esquecendo
As pedras pontiagudas
Que pisei, descuidada.
Envolvo-me nas palavras
E bebo dos teus lábios
Doces, mágicos,
E grito sem medos
Amo-te!
Vera Sousa Silva
in livro " Amar-te em Silêncio", edições Edium Editores
E desnudo-me mais
A cada novo dia,
Como se nascesse de novo
E me guiasse apenas
Pela suavidade dos gestos
Que colocas em cada carícia.
Deixo-me ir,
Abraçando apenas o futuro,
E esquecendo
As pedras pontiagudas
Que pisei, descuidada.
Envolvo-me nas palavras
E bebo dos teus lábios
Doces, mágicos,
E grito sem medos
Amo-te!
Vera Sousa Silva
in livro " Amar-te em Silêncio", edições Edium Editores
Lealdade não é a verdade
Conheço os meandros da história
Com que ousas ludibriar meus intentos
Numa sofreguidão continuada
Conheço os pressupostos da mesma
Pelas causas mais disformes e perplexas
Mas que jamais esquecerei
Conheço as memórias lembradas
Que de num continuar consecutivo
Me assolam o recôndito lugar da mente
Sei da maneira ilusória
E dos gestos assaz violentos
Tentados no sentido de me levar à cilada
Sei dessas folhas em resma
Onde os veredictos estão em outras anexas
Contra as quais sempre me preparei
Sei das palavras exultadas
Depois escritas em papel no esquecido arquivo
Pelo seu conteúdo sobremaneira repelente
Assumindo a verticalidade
Num acto tão concludente
É fortalecer qualquer verdade
Pelo que ela tem de evidente
Discernindo-a da lealdade
De força bem convincente
António MR Martins
imagem in http://www.embuscadaverdade.blogger.com.br/ (na net) (topo de blogue)
Com que ousas ludibriar meus intentos
Numa sofreguidão continuada
Conheço os pressupostos da mesma
Pelas causas mais disformes e perplexas
Mas que jamais esquecerei
Conheço as memórias lembradas
Que de num continuar consecutivo
Me assolam o recôndito lugar da mente
Sei da maneira ilusória
E dos gestos assaz violentos
Tentados no sentido de me levar à cilada
Sei dessas folhas em resma
Onde os veredictos estão em outras anexas
Contra as quais sempre me preparei
Sei das palavras exultadas
Depois escritas em papel no esquecido arquivo
Pelo seu conteúdo sobremaneira repelente
Assumindo a verticalidade
Num acto tão concludente
É fortalecer qualquer verdade
Pelo que ela tem de evidente
Discernindo-a da lealdade
De força bem convincente
António MR Martins
imagem in http://www.embuscadaverdade.blogger.com.br/ (na net) (topo de blogue)
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