domingo, 1 de agosto de 2010

António Feio, lembro-me de ti

Perde-se o homem num sentido
De uma interpretação coerente
Pela exaustiva luta perdida

Contra o facto de estar doente
Interpretou imensas peças
Com enorme persistência

Actor meu contemporâneo
Que vejo desde quase sempre
Por vezes muito espontâneo

No teatro incansável e querido
Na televisão sempre presente
E em todos os ensaios da vida

Foi artista mordaz e pertinente
Que a ninguém pediu meças
Demonstrando competência

Afasta-se para outro lugar
Porque a dor mais maligna
Não conseguiu ultrapassar

Um homem quando perece
Se ofusca em escura valeta
Sortilégio de quem falece
Por erro que não cometa
Mas o actor se fortalece
Por uma conversa da treta


António MR Martins

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