terça-feira, 24 de setembro de 2013

Angelina Andrade




BRISA DE UM ENTARDECER

 
Brisa de um entardecer
delírios de uma noite
que se movimenta
no suspiro de uma folha que teima
em não se desprender

Movimento lânguido
dos dedos que me soltam os cabelos
braços que me prendem
numa dança que nos movimenta
que nos tenta
nas folhas desse livro
que queremos escrever

Cada folha lágrima caída
na cópula que se avizinha proibida
das almas que ousaram escolher
cada folha cai numa melodia
de silêncios de palavras proibidas
que ficaram por dizer

Angelina Andrade, in “Deixa-me Adivinhar-te”, página 26, edições Temas Originais, Coimbra, 2011. 

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