sábado, 28 de setembro de 2013

António Barroso Cruz




sobre o acordar

 
ainda trago no corpo
o sono da noite,
quando as tuas mãos de aurora
erguem em mim
arrepios esculpidos
com vagar e doçura…

os meus olhos adormecidos
amanhecem na claridade
com que os teus me iluminam
enquanto, debruçada
sobre o meu acordar,
deixas cair sorrisos na minha boca
e a tua língua vai semeando
cristais de orvalho
no terreno fértil da minha pele

 
António Barroso Cruz, in “Poemas à flor da pele”, página 29, edições Editora O Liberal, Câmara de Lobos, 2013.

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