quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Natália Canais Nuno




O Poema não sabe

O meu poema não sabe nada de mim
Sabe, dos regatos a serpentear
Sabe, do tempo que passa… enfim!
É feito do meu entender
Do meu pungente sofrer
Do meu recordar…

É ele o meu anseio
O tempo que passa
O meu receio
A saudade que me abraça.

O meu poema, não sabe o que sinto
Se falo verdade ou minto
Feito da saudade que me persegue
Amacia o tempo, p’ra que me entregue.
O meu poema assim me traz embalada
Nesta noite de breu
Desesperada, aguardo a madrugada
As horas caindo… feitiço este meu!
Poema que a vida
Leva p’ra longe de mim
Como uma paixão esquecida
Mas duma saudade sem fim.

 
Natália Canais Nuno, in “Pesa-me a Alma”, página 18, edições Lua de Marfim, Abril 2011.

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