sábado, 28 de setembro de 2013

Rude destino


Imagem da net, em: www.1folha.uol.com.br


Ferem-se as gargantas na secura
em que o pranto nos magoa o imo,
redopio pelas gentes da brandura
perante as bolsas sem ter cêntimo.

Esfregam-se parapeitos sem visão
retinas soltas dos esquecimentos,
nas pálpebras que tapam a ilusão
entre deixas dos últimos lamentos.

Secam-se as veias até à exaustão
chupam o tutano de todos os ossos
e aspiram os restos da solidão.

Filtram colheitas de simples tremoços
sugam-nos quase tudo de antemão,
por fim, ficam de nós meros destroços.

 
António MR Martins

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