Uma vez mais acende-se a renúncia
como um caudal nocturno arrastando as palavras
despertos repetimos a essa luz os sons
agudos que tínhamos cantado
A
noite não será igual a tantas outras
nem
decerto o amor tem a forma de espadaporém tudo é idêntico ao fotograma estático
de súbito retido no correr das imagens
Parámos
nesse ponto em que o choro da noite
perdeu
a consistência e se desfez em mármoreo amor tem a forma que as palavras
não podem dar à hora da paragem da alma
in
livro “A Moeda do Tempo”, página 15, edições Assírio & Alvim (colecção
poesia inédita portuguesa), Lisboa, 2006.
Sem comentários:
Enviar um comentário