Kaiping (China), by Gonçalo Lobo Pinheiro
Na rua da solidão não há transeuntes acomodados
à troca de palavras, em viva voz, nem a resposta a uma pergunta por iniciar. Na
rua da solidão não há afagos nos rostos da presença, sem cumprimentos entre mãos
que não existem. Na rua da solidão não há abraços estruturados, nem preceitos
inacabados. Na rua da solidão as sombras são o desfile entre as luzes que a
acendem, no resfriar de cada noite. Ali não há o prurido nem o silêncio. Ali
não há a alegria nem tristeza. Ali não há nada a acontecer. Ali só se espera
que a solidão termine com a sua inacabada resistência.
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