terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Alvorecer de virtudes

 
Xangai (China), foto de Gonçalo Lobo Pinheiro.
 

Pela calada se esfuma o silêncio de cada noite e o deserto de palavras que não surgem a preceito. Uma mordaça incorpora todo o isolamento e as mãos não refrescam esse sentido. Nada se expele por entre as amarras da desolação onde o auge se esquece, alheio a todas as conformações. Nesse destempero sereno não permanece o sorriso e a contraposição não assiste a qualquer necessidade. Os ouvidos sentem o ecoar desse silêncio sem as barras de uma prisão consentida. Passa o tempo da madrugada, onde os latidos de alguns seres caninos, em reclamação contínua, resfriam a solidão rarefeita. Mais adiante, a claridade da nova manhã traz consigo o renascer da esperança.

António MR Martins

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