Xangai (China), foto de Gonçalo Lobo Pinheiro.
Pela calada se esfuma o
silêncio de cada noite e o deserto de palavras que não surgem a preceito. Uma
mordaça incorpora todo o isolamento e as mãos não refrescam esse sentido. Nada
se expele por entre as amarras da desolação onde o auge se esquece, alheio a
todas as conformações. Nesse destempero sereno não permanece o sorriso e a
contraposição não assiste a qualquer necessidade. Os ouvidos sentem o ecoar
desse silêncio sem as barras de uma prisão consentida. Passa o tempo da
madrugada, onde os latidos de alguns seres caninos, em reclamação contínua,
resfriam a solidão rarefeita. Mais adiante, a claridade da nova manhã traz
consigo o renascer da esperança.
António MR Martins
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