Correm vozes loucas a bramar p’lo mundo,
A blasfemar sem terem qualquer razão
A gozarem belo horizonte fecundo,
Castelos no ar a deixar cair o pendão.
É
uma tripulação a dar sentenças
Cada
um a querer mostrar que sabe,Mas é triste o que se vê e repensas,
Humildade de bem ajuizar não cabe…
Vozes
ocas em constante devaneio
Furacões
ímpios, tudo arrastam, destroem,Avista-se alguma luz, eu cá descreio.
Gostaria
sim, de atravessar a cortina…
Do
som, ninguém me iria ver de tão veloz,Romperia com o toque da concertina.
in livro “O lugar das
palavras”, página 62, edições Temas Originais, Coimbra, 2012.
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