Nessa pele, remendada de
carícias amorfas, onde se enrugam as esperas consumadas. Nesse condimento
revelado pelas intenções omitidas em ânsias de tanta espera. Nesse subtil corpo
decorado pelo rubor de uma qualquer cereja, estendida na plenitude de toda a
contemplação. Nesses poros sequiosos, onde manobram as glândulas de toda a
exposta sensualidade em metamorfoses de movimentos inesperados, mas
determinantes. Nesse perjúrio revoltante cintila a luz de todo o fragor,
regurgitado pela adjacente exteriorização. Nesse todo clamam as fontes das
águas onde prima a clarificação do teu ser. Torna-se inebriante esse expoente
sem mácula e o sagaz efeito de tanto desejo. Há prazeres que as palavras não
conseguem justificar, nem sequer enunciar.
António MR Martins
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