Num
sorriso se enamora
A
paixão duma criançaEm detalhes sem importância
Um suspiro naquela hora
Ao rubro pela aliança
Tem outra substância
E o tempo se demora
No meio de tanta andança
Em factos sem relevância
Se
abraça um outro irmão
Que
não o sendo na essênciaÉ-o na sua condição
Um apelo com o sermão
Em época natalícia
Chama logo ao coração
E se estende tanta mão
De variada procedência
Com a mesma intenção
Passam
os dias por aí fora
Em
fugaz desenrolarE sem pausas para meditar
Surge a vida sonhadora
De tantas coisas a festejar
E se esquece o verbo amar
O perdido ser tanto implora
Para alguém o abraçar
E todos o querem ignorar
O
tempo continua a passar
Num
corrido desenfrearE chega um outro Natal
O homem quase a finar
Numa vida a querer escapar
No meio de tanto igual
Vê agora um quente abraçar
Pelo resto do seu findar
Neste contexto universal
António MR Martins
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